20.11.08

Sem rumo por São Paulo

Esta semana fui ao Centro da cidade que me acolhe a uns 3,5 anos.

Andei sem rumo.
Sem olhar no relógio.
Sem pensar em nada.
Apenas observando tudo e todos.

Vendo a mistura louca de gente normal - e outras nem tanto; que trabalham, lutam e vivem no Centro.
É impressionante o que muita gente faz para se virar.
Se vestem de cartazes ambulantes oferencendo empregos, jogo do bicho, atestados de tudo quanto é tipo e tantas outras coisas criativas, que só se vê no Centro de uma metrópole.

A mistura de advogados com os mendigos é algo curioso.
Ao lado da faculdade de direito se observa este grande contraste.
Sentada num café, obervei como as pessoas andam com pressa, com suas pastas, bolsas e cuidando ao máximo para não serem roubadas.
Outras, dormem na calçada, penduram suas roupas nos monumentos e ficam de olho para ver se alguém irá roubá-las, ou se irá passar alguém que possa ajudar com uns centavinhos.

No meu andar sem rumo, sem a ajuda de um Google Maps, GPS ou qualquer tipo de guia, percebi o quanto as pessoas não relaxam nunca, desde os advogados até os mendigos.
Todos têm o semblante fechado, com os seus ombros parecendo brincos, de tão tensos, esquecem de respirar fundo - ok, mesmo que o ar de São Paulo não seja um dos mais limpos.

Estamos cada vez mais obcecados por chegar em algum lugar ou fugir de algo.
Todo mundo corre. Corre porque vai começar a chover, corre porque tem audiência ou prazos, corre pra não ser pego ou para pegar. E só, apenas... corre!
Está na cara que ninguém sabe pra onde está correndo, ou porque está correndo.

Pra mim, andar sem rumo, devagar e respirando pausadamente, foi tão bom quanto uma sessão terapeutica.